segunda-feira, janeiro 11, 2010

para mim, num dia que se queria qualquer

É claro que existem coisas que nos doem as vistas de tanto que choramos quando elas insistem em permanecer. E daí a gente chora no banheiro e não vê perspectiva, porque os olhos estão inchados, há horas, por inundação e também por falta de querer ver de novo de qualquer jeito ou de um jeito mesmo qualquer.

Daí é claro que não nos imaginamos nas próximas 24 horas olhando para fora como quando se olha num dia qualquer, enxergando tudo sem enxergar, e indo para qualquer lugar que já estava previsto ir, seja encontrar um amigo e cuidar dele e comer com ele como ontem ou como amanhã, ou então ler o livro que se tem que ler, lendo assim como quando se olha para fora num dia qualquer, enxergando as letras todas juntas formando frases e compreensões, tudo sem enxergar. Seja nada, seja vasculhar nada para fazer, que isso também, num dia qualquer se torna normal, pertence às ações que fazemos sem enxergar direito e é assim que parece tudo claro nesses dias.

Mas é claro, que hoje não foi um dia qualquer, e é por isso que nada é claro, e foi por isso que eu chorei no banheiro, e outras pessoas tb choraram, cada uma no seu, e passei a enxergar quase tudo com os olhos inundados de dias de antes e de dias que vêm. É claro, é uma clareira. Nada é claro e tudo nos cega nesse dia. Pra amanhã eu olhar pra fora e quase não enxergar de tanto que amanhã vai fazer parte de mais um dia qualquer. Me faço essa promessa.

5 comentários:

Edith Janete disse...

Chorar lava os olhos!

Amo vocês!

Tortuositar disse...
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Tortuositar disse...
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MayrA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tortuositar disse...

maymoramor

olhos nublados

hoje lêem sem estrelas mas com nuvens

embora o dia de outono fez de conta em porto alegre em pleno verão

sim agora qualquer
sim sim, serão sempre
qualquer coisa,

mas ontem antes ainda,
muito. onde as palavras nubladas sem letras, palarvas que incompletam
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