Observatorio de sereno
A estrutura foi construída a partir de quatro suportes de metal (com função de suporte para caixa de abelha mas fora de uso). O uso do filó (tecido que possui fissuras) fala da poética da observação/olhar de detalhes efêmeros da natureza. Esta poética trata de algo que não se vê com claridade. Ao tentar registrar as etapas da formação do sereno, percebe-se a fragilidade dos métodos para descobrir o momento certo em que ele se forma. Não se trata de um fenômeno que acontece frente aos seus olhos de forma clara, por isso a escolha pelo uso do filo. As fissuras deste tecido conversam com a efemeridade do sereno ao se formar sob(re) um objeto. A construção de um observatório para realizar esta ação também fala da aposta no olhar. Trata-se de olhar e de convidar a olhar e não “pegar”, “apropriar”. De qualquer forma não deixa de ser uma ação que precisa do corpo para que aconteça. O corpo de quem se propõe a experienciar, o corpo do artista que registra.
Tal construção / intervenção deste observatório e ação de observação e registro aconteceu na cidade de Liberdade, em Minas Gerais, em Terra UNA, como o desenvolvimento do projeto para o qual fui selecionada no Prêmio Interações Florestais 2010.
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