quinta-feira, janeiro 20, 2005

CsO

Corpo sem órgãos em tentativa:
corpo-delírio
corpo-sentido
corpo-mergulho;
um corpo orgânico em tentativa de escape

terça-feira, janeiro 18, 2005

RIsO SEM OBJETIVO

amor em conta-gotas
porque o amor é líquido
explode se o engolimos
amor em conta-gotas
porque o menos é mais

domingo, janeiro 16, 2005

mantra

...deixe que os velhos toquem copos com garfos...
...deixe que se repita...
...deixe sofrer...
...repita...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Os templos sagrados são invisíveis...

Pelo êxito, o simples êxito que vem com o medo imposto pelos telejornais.
Tive medo naquela noite, medo das palavras sábias e insistentes da boca que tinha fome, dos olhos que tinham lágrimas, da cabeça que comportava a loucura.
A loucura do viver sem viver, a loucura do viver ... do morrer. Barreiras sólidas, distância invisível aos nossos olhos famintos, os dela por comida, os meus por atenção. Ou será o contrário?
Olhos materiais que não enxergavam a fome espiritual, olhos sentimento que não enxergavam a vergonha irracional.
Pulei a janela. As barreiras caíram, as palavras nos tomaram, nossos olhos, então sumiram. Olhos meus, olhos teus, pequena mulher grande. Carregava sua casa nas costas, sua família no peito, sua alegria arrastava pelo chão. Apenas algumas palavras a bela queria, mas o meu êxito destruiu meu coração. Não, não tenho palavras contra esta maldição. O que tenho apenas são lágrimas, lágrimas de encenação.
A ponte invisível que escondera nossos olhos, servia de abrigo, servia de morada. A casa destruída, a casa de papelão, será a casa dela uma casa verdadeira mais que qualquer casa de solidão?
Meus braços, apenas abraço. Abraço culposo, sujo pelo medo. Seus braços sinceros, talvez por isso não tão apertados, aceitaram os meus, por segundos perfeitos. O segundo perfeito do templo sagrado invisível que me fez não mais ser culpa ou medo, que fez dela pura alma ou segredo... fez de nós, mulheres adormecidas de épocas insone, nos fez meninas abandono, meninas reencontro.
Os templos sagrados são invisíveis, encontrei-te no escuro tempo invisível dos segundos eternos, eternos por serem momentos, eternos por serem sentir, eternos por serem apenas, tempo do eterno dormir.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Então.

Até a ficha recair
Revoltar à realidade

domingo, janeiro 02, 2005

"TUDO NOVO DE NOVO..."

Um instante vivido pode ser um olhar?
marca minha-tua em mim... em você(?)
é singela e dá arrepios ! (o instante passa, as sensações ficam voltando...) e é um desenho! Desenho que se desfaz e muda de forma sozinho...os instantes se cruzam e se bastam e podem ser os mesmos (mesmo que não da mesma forma, pois as marcas aparecem de maneira diferente em cada um, não é?) E o meu instante ficou marcado... e não me sinto mal por isso... (aliás, para ficar bem claro, me sinto BEM, muito bem...) Mas concordo: fiquei (ficamos) com a marca do instante... e que agora vai fazer parte do mundo nosso da imaginação (serão marcas criadas em cada um, por cada um). até que ela desapareça também da lembrança (?) ... (sim... existem marcas que desaparecem da lembrança e acho que é por isso que as pessoas fazem marcas visuais permanentes - para preservar lembranças esquecíveis...) (o que desaparecerá?) E por falar em lembrança, queria te dizer que eu estava presente. Muito presente... mais do que você possa imaginar... mas não quero te convencer disso (e nem existe isso de convencer)...

Isso que existe (a vida que se chama vida) já me alimenta, mesmo que não exista (dentro do que se chama de existência), e você me marca... nos nossos instantes e nos meus instantes em que sou eles...

que bom que estás presente! te dei meus pedacinhos , sim... com convicção... e quero ser toda pedaços para que seja Presente...

e quero teu corpo(acontecimento-espaço-molécula) ( posso querer?) para deixar minhas marcas... (para que elas sejam do tempo...)
para que seja tudo novo de novo - e de novo - e de novo ...

repetindo repetindo repetindo até ficar diferente.