sábado, setembro 27, 2008

desp(ed)ir

Na hora de despedir,
despir
e
ir.


para mari. com amor.

terça-feira, setembro 16, 2008

para amar a solidão 3 - das palavras ruminadas

Da solidão da sua casa você diz coisas horríveis via telefone,
mail,
conversas instantâneas à distância.
Tudo isso para dizer que ama

d e s e s p e r a d a m e n t e

apesar
(e tendo como condição)
da solidão.

do desejo - para amar a solidão II

insuportável movimentar-se quando a inércia move o mundo.

Por Felipe em www.jarrodemoscas.blogspot.com

"Alienígenas na praia

Queria estar numa praia estrangeira, talvez numa paisagem alienígena, sendo picado por uma abelha pequenina,queimando os pés na areia vermelha composta por milhares de coleçãos fossiliferas de protozoarios de eras remotas, provavelmente eu iria me apaixonar por essa abelha, e tomaria coragem para a convidar a um almoço ...Depois do almoço poderiamos sufocar com os radicais livres, oxidos, peroxidos e superoxidos...Com um pouco de sorte, eu e minha abelha poderiamos fazer planos para uma casa grande feita do mais doce e enjoativo açucar para nos proteger do vento, e esperaríamos no sofá. Ia ser bonito, convidar a chuva para nos visitar e trazer seus coelhos e desenhos molhados, para reunidos,mais uma vez, tomar o café da tarde.
Poderíamos."

sábado, setembro 13, 2008

sexta-feira, setembro 12, 2008

carta para amar a solidão - parte 1

chego em casa. abro a carta recebida à tarde. gosto de adiar prazeres. como abrir uma carta.
tenho medo de abrir os mails. tenho medo do quarto vazio ao lado. tenho medo de escuro. ainda. tenho perguntas. tenho medo de fazê-las. não. não tenho medo de fazê-las. as faço. tenho medo de fazê-las a quem quero fazê-las. tenho medo das respostas. tenho medo de ouvi-las. não. não tenho medo de ouvi-las. tenho medo de ouvi-las de quem.

Desisto das perguntas. Abro a carta. Gosto do prazer de abrir cartas depois de algumas horas adiando. A vida em rasgos. Gosto de rasgar cartas. Não rasgo. Abro. Medo das palavras. A carta diz “medo do fim da página”. Viro a página. Ela continua. Como se o medo nunca tivesse existido. Como se o “medo do fim da página” estivesse a quilômetros de distância. Ignorando que o “medo do fim da página” está ali. No fim da página. Anterior.

terça-feira, setembro 09, 2008

onírica

Hey that's no way to say goodbye.
uma música que é feita de água, sonhei.
Para que eu possa cantá-la,
para que ela caiba dentro de mim,
devo fazer xixi,
necessariamente.

das superações existenciais via arte

1) de como amar a chuva
2) de como amar o crepúsculo
3) de como amar a solidão

quinta-feira, agosto 28, 2008

impluvium em processo - no lugar


impluvium em processo


Impluvium em processo


ando contra
o vento
carrega meus olhos
de poeira emendo
um choro
é assim
que a ostra
faz
pérola
(?)

segunda-feira, agosto 25, 2008

Sobre vomitar coelhinhos

29, 30 e 31 de agosto, sexta, sábado e domingo
Sala Álvaro Moreira, 20 hs, entrada livre...
espetáculo de dança contemporânea!

quinta-feira, agosto 21, 2008

para ir.

tinha uma espera agoniante por aquele dia que se ia.
ir embora sempre foi futuro.
um depois de amanhã sem sentido, sem rumo, sem lugar.
Sempre um querer ir.
Um ir que também era um desfazer.
Desfazer o que nunca foi feito?
Estadia longa entretanto provisória,
por isso a intensidade dos encontros,
e o tempo vivido apenas quando valia a pena.
um recorte de vida.
neste quadro apenas o mínimo intenso.
Quanto será o provisório da próxima parada?
eu tinha um desejo de ir. eu não sabia para onde estávamos indo
e nem quanto ficaríamos.

17 08 08

Dia desfeito
entre tentativas de que
o movimento ganhasse
mais força
que a
inércia.
Com a chegada
da noite
a guerra
é vencida
pela inércia.
O corpo se entrega.
Se permanecesse
à espreita
talvez ainda
pudesse lutar
à noite.

quarta-feira, agosto 20, 2008

nunca vais deitar no meu colo
é difícil ser frágil
quando deitares a cabeça no meu colo
se deitares no meu colo
não precisarás mais de redoma
e nem de respiração sem suspiro
se deitares a cabeça no meu colo.
mas se não precisas
deitas mesmo assim a cabeça no meu colo
porque eu preciso.

quinta-feira, agosto 14, 2008