Pelo êxito, o simples êxito que vem com o medo imposto pelos telejornais.
Tive medo naquela noite, medo das palavras sábias e insistentes da boca que tinha fome, dos olhos que tinham lágrimas, da cabeça que comportava a loucura.
A loucura do viver sem viver, a loucura do viver ... do morrer. Barreiras sólidas, distância invisível aos nossos olhos famintos, os dela por comida, os meus por atenção. Ou será o contrário?
Olhos materiais que não enxergavam a fome espiritual, olhos sentimento que não enxergavam a vergonha irracional.
Pulei a janela. As barreiras caíram, as palavras nos tomaram, nossos olhos, então sumiram. Olhos meus, olhos teus, pequena mulher grande. Carregava sua casa nas costas, sua família no peito, sua alegria arrastava pelo chão. Apenas algumas palavras a bela queria, mas o meu êxito destruiu meu coração. Não, não tenho palavras contra esta maldição. O que tenho apenas são lágrimas, lágrimas de encenação.
A ponte invisível que escondera nossos olhos, servia de abrigo, servia de morada. A casa destruída, a casa de papelão, será a casa dela uma casa verdadeira mais que qualquer casa de solidão?
Meus braços, apenas abraço. Abraço culposo, sujo pelo medo. Seus braços sinceros, talvez por isso não tão apertados, aceitaram os meus, por segundos perfeitos. O segundo perfeito do templo sagrado invisível que me fez não mais ser culpa ou medo, que fez dela pura alma ou segredo... fez de nós, mulheres adormecidas de épocas insone, nos fez meninas abandono, meninas reencontro.
Os templos sagrados são invisíveis, encontrei-te no escuro tempo invisível dos segundos eternos, eternos por serem momentos, eternos por serem sentir, eternos por serem apenas, tempo do eterno dormir.
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Um comentário:
caminho inVerso é a própria ESTÉTICA DA CRUELDADE... a crueldade do crú, daquilo que ainda não foi cozido pelas hábeis e previsíveis mãos do nosso córtex superior... é antes-depois-do-eu... daquilo que dorme, ou melhor, daquilo que nunca dorme... beijos e parabéns!
comunNa mandraX
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