a laranjeira fica prateada,
ora,
não importa se pela lua dessa noite,
ou,
se,
pelo sereno da madrugada.
a laranjeira fica prateada,
ora,
pois,
porque se deixa,
medeixas,
raios e gotas
abraçar.
segunda-feira, maio 28, 2007
quarta-feira, maio 09, 2007
domingo, maio 06, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
ruim
sonhei que me roubaram a escrita
uma escrita que não era minha, claro
mas era com ela que eu escrevia.
e fiquei sem documentos
e fiquei sem carga
sem nada nas mãos
sem poder tentar.
talvez por isso
isso ficou
tão
ruim.
uma escrita que não era minha, claro
mas era com ela que eu escrevia.
e fiquei sem documentos
e fiquei sem carga
sem nada nas mãos
sem poder tentar.
talvez por isso
isso ficou
tão
ruim.
quarta-feira, abril 11, 2007
quando
Olhos
janelas da alma
pálpebras
cortinas dos olhos
quando eu for velha quero um aparelho de não ouvir
quero um piscar que não seja surrado
quero algo desacostumado
quando eu for velha
janelas da alma
pálpebras
cortinas dos olhos
quando eu for velha quero um aparelho de não ouvir
quero um piscar que não seja surrado
quero algo desacostumado
quando eu for velha
terça-feira, abril 03, 2007
vênus das peles
um amado de pedra.
sou uma amadora.
meu sangue está quente e seu coração bate.
o desejo segue o olhar,
o prazer segue o desejo.
suspenso em meus lábios
seu hálito acaricia minha face.
lhe contemplar os olhos,
ter suas mãos entre as minhas.
pertencer.
incondicionalmente.
sou uma amadora.
meu sangue está quente e seu coração bate.
o desejo segue o olhar,
o prazer segue o desejo.
suspenso em meus lábios
seu hálito acaricia minha face.
lhe contemplar os olhos,
ter suas mãos entre as minhas.
pertencer.
incondicionalmente.
vênus das peles
um amado de pedra.
sou uma amadora.
meu sangue está quente e seu coração bate.
o desejo segue o olhar,
o prazer segue o desejo.
suspenso em meus lábios
seu hálito acaricia minha face.
lhe contemplar os olhos,
ter suas mãos entre as minhas.
pertencer.
incondicionalmente.
sou uma amadora.
meu sangue está quente e seu coração bate.
o desejo segue o olhar,
o prazer segue o desejo.
suspenso em meus lábios
seu hálito acaricia minha face.
lhe contemplar os olhos,
ter suas mãos entre as minhas.
pertencer.
incondicionalmente.
amor
relação geográfica
o amor estava ali
da cabeça para baixo
de cabeça para baixo
ou para baixo da cabeça
não está nem com um nem com outro
nem entre.
tá na morte no limite
no desmanche
deitava em meu peito a cabeça cansada da vida
e agora me faz perder a cabeça,
bela dama sem misericórdia...
o amor estava ali
da cabeça para baixo
de cabeça para baixo
ou para baixo da cabeça
não está nem com um nem com outro
nem entre.
tá na morte no limite
no desmanche
deitava em meu peito a cabeça cansada da vida
e agora me faz perder a cabeça,
bela dama sem misericórdia...
segunda-feira, abril 02, 2007
querer
triste quer saber:
se sabe querer,
se é sábio o querer
se sabiá quer ver
se assovio pra ter?
triste quer querer:
se sabe querer,
se é sábio o querer
se sabiá quer ver
se assovio pra ter?
triste quer querer:
sábado, março 31, 2007
versinho bobo
quem espera é ansioso
e nem um pouco paciente
porque se pára pra esperar
ta querendo adiantar
e nem um pouco paciente
porque se pára pra esperar
ta querendo adiantar
quarta-feira, março 28, 2007
OU
Não ter
Vergonha
E
Não ter
Nada a dizer
Ou
Ter vergonha
E ter
O que dizer
E
Não poder
Talvez
Por ter
O que
Dizer
E
Ter
Vergonha
Justamente
Por querer.
Vergonha
E
Não ter
Nada a dizer
Ou
Ter vergonha
E ter
O que dizer
E
Não poder
Talvez
Por ter
O que
Dizer
E
Ter
Vergonha
Justamente
Por querer.
sexta-feira, março 23, 2007
Independe
Procuro sem pensar
Ou paro de procurar?
Cadeira macia com conforto,
Banquinho de tábua com encosto?
Se acordo não durmo
Se durmo, passa
Quando passa acordo,
E se acordo não durmo?
Se durmo, passa.
Deixo passar ou
Espero por esperar?
E se espero ou se deixo passar,
E se nada passa e nada deixa esperar?
E o que que eu faço pra tudo não parar?
E o que não faço pra tudo continuar?
E se fico parada e tudo pára
E se faço alguma coisa que em tudo esbarra?
E se descubro que parada ou apressada,
De que adianta,
Não importa?
Não faz diferença,
É coisa de nascença?
Vento na porta,
Que venta
E
Bate.
Movimenta e
Pára.
Independe.
Do que faço ou do que acho.
Ou paro de procurar?
Cadeira macia com conforto,
Banquinho de tábua com encosto?
Se acordo não durmo
Se durmo, passa
Quando passa acordo,
E se acordo não durmo?
Se durmo, passa.
Deixo passar ou
Espero por esperar?
E se espero ou se deixo passar,
E se nada passa e nada deixa esperar?
E o que que eu faço pra tudo não parar?
E o que não faço pra tudo continuar?
E se fico parada e tudo pára
E se faço alguma coisa que em tudo esbarra?
E se descubro que parada ou apressada,
De que adianta,
Não importa?
Não faz diferença,
É coisa de nascença?
Vento na porta,
Que venta
E
Bate.
Movimenta e
Pára.
Independe.
Do que faço ou do que acho.
sábado, março 17, 2007
domingo, março 11, 2007
narciso
Digamos que eu só pense no que o eu pensa.
Ou seja, digamos que eu só pensa em mim.
Ta. Isso quer dizer que eu e mim fazem uma parceria para tentar se proteger.
Mas eles não sabem do quê.
Eu sei que é uma parceria o que acontece porque quando alguém parece nos atacar eu digo: “tu acha que a gente não fica chateado”?
é duro para a língua portuguesa esse jogo.
E é estranho porque, na verdade, quando digo “tu acha que a gente não fica chateado?” pode parecer que eu estou falando de muitos e assim pode parecer que eu entendo e convivo com esse negócio de ser vários e de mudar a toda hora.
Mas isso não é verdade.
O eu e o mim só pensam em si.
Ou seja, digamos que eu só pensa em mim.
Ta. Isso quer dizer que eu e mim fazem uma parceria para tentar se proteger.
Mas eles não sabem do quê.
Eu sei que é uma parceria o que acontece porque quando alguém parece nos atacar eu digo: “tu acha que a gente não fica chateado”?
é duro para a língua portuguesa esse jogo.
E é estranho porque, na verdade, quando digo “tu acha que a gente não fica chateado?” pode parecer que eu estou falando de muitos e assim pode parecer que eu entendo e convivo com esse negócio de ser vários e de mudar a toda hora.
Mas isso não é verdade.
O eu e o mim só pensam em si.
quarta-feira, março 07, 2007
sábado, março 03, 2007
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
terça-feira, fevereiro 13, 2007
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
terça-feira, fevereiro 06, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
vida
do futuro a gente só tem saudades quando morre.
morrer a gente morre o tempo todo.
por isso talvez seja bom ser um inteiro de corpos, disse um certo alguém.
vários corpos para morrer...
morrer a gente morre o tempo todo.
por isso talvez seja bom ser um inteiro de corpos, disse um certo alguém.
vários corpos para morrer...
domingo, janeiro 14, 2007
sexta-feira, janeiro 12, 2007
quinta-feira, janeiro 11, 2007
A cidade de Despina

Se vem vindo do deserto (o cameleiro) a vê como um navio - mesmo sabendo que é uma cidade.
Se vem vindo do mar (o marinheiro) a vê como um camelo, numa caravana - mesmo sabendo que é uma cidade.
o interessante é que Despina se despe para ambos.
domingo, janeiro 07, 2007
quinta-feira, dezembro 14, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
sábado, novembro 18, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
sábado, novembro 11, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
Para o menino prudente e incandescente...
Junto da piscina,
desejo uma sacolinha de coisas.
(no dia 09/11/2006)
(um dia "daqueles" dos bons.)
entenda-se "daqueles" dos bons, aqueles dias
em que vc consegue colocar tudo o que encontra
dentro de um saco e ainda consegue a proeza
de ser colocado junto.
(entenda-se por "tudo" o que achar que se encaixa na definição de encontro)
desejo uma sacolinha de coisas.
(no dia 09/11/2006)
(um dia "daqueles" dos bons.)
entenda-se "daqueles" dos bons, aqueles dias
em que vc consegue colocar tudo o que encontra
dentro de um saco e ainda consegue a proeza
de ser colocado junto.
(entenda-se por "tudo" o que achar que se encaixa na definição de encontro)
Bovinar II (para desejos desejáveis)
Mas,
Afinal,
O que se faz?
Quando,
enquanto desejado,
O desejo,
torna-se consumado?
O jeito,
É ficar do lado.
Ou,
Quem sabe,
o desejo já desejado,
consumado,
Possa ser bem ruminado,
Para que,
Por algum tempo,
Possa ser
“prolongado”...
Afinal,
O que se faz?
Quando,
enquanto desejado,
O desejo,
torna-se consumado?
O jeito,
É ficar do lado.
Ou,
Quem sabe,
o desejo já desejado,
consumado,
Possa ser bem ruminado,
Para que,
Por algum tempo,
Possa ser
“prolongado”...
domingo, novembro 05, 2006
"bovinar" (para desejos indesejáveis)
Mas,
Afinal,
O que se faz?
Quando,
Depois de desejado,
O desejo,
Não pode ser consumado?
O jeito,
É deixar de lado.
Ou,
Quem sabe,
Um desejo já desejado,
Não consumado,
Possa ser bem ruminado,
Para que,
Por fim,
Possa ser
“Desdesejado”...
Afinal,
O que se faz?
Quando,
Depois de desejado,
O desejo,
Não pode ser consumado?
O jeito,
É deixar de lado.
Ou,
Quem sabe,
Um desejo já desejado,
Não consumado,
Possa ser bem ruminado,
Para que,
Por fim,
Possa ser
“Desdesejado”...
domingo, outubro 29, 2006
sábado, outubro 28, 2006
quarta-feira, outubro 25, 2006
entorno
Será que vomitei a gota que era suficiente?
Ou será que qualquer gota é suficiente para entornar?
Gotejei?
Ou será que qualquer gota é suficiente para entornar?
Gotejei?
segunda-feira, outubro 23, 2006
sábado, outubro 14, 2006
dos amores capengas
tão capenga que capengou até as 3 da madrugada.
dos amores capengas, fico com os amores errantes.
afinal, a errância é uma das melhores derivas...
dos amores capengas, fico com os amores errantes.
afinal, a errância é uma das melhores derivas...
quarta-feira, outubro 11, 2006
domingo, outubro 01, 2006
vidinha
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
("só, nem ao menos Deus por perto")
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
atravancamentos, atravessamentos
("só, nem ao menos Deus por perto")
quarta-feira, setembro 27, 2006
domingo, setembro 17, 2006
segunda-feira, setembro 04, 2006
quarta-feira, agosto 30, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
redundância
ficava em média duas horas esperando
aqueles dois minutos terminarem.
mas os minutos, afinal, nunca terminam.
Porque sai um, vem outro...
como num relógio.
aqueles dois minutos terminarem.
mas os minutos, afinal, nunca terminam.
Porque sai um, vem outro...
como num relógio.
sopas e laranjas
fazem das laranjas, suco.
por que se bebe o que se pode comer?
acontece o mesmo com as sopas.
por que se bebe o que se pode comer?
acontece o mesmo com as sopas.
sábado, agosto 26, 2006
terça-feira, agosto 15, 2006
pra ele, por hoje
hoje aquele tal "menor"
transformou sua minoridade
na maior minoridade que eu já vi.
lindamente, não posso deixar de dizer...
parabéns pro menino-klein-klee-calder
que faz monocromo, rabiscos e móbiles de vento...
da Mayra
transformou sua minoridade
na maior minoridade que eu já vi.
lindamente, não posso deixar de dizer...
parabéns pro menino-klein-klee-calder
que faz monocromo, rabiscos e móbiles de vento...
da Mayra
continua
caminha até a janela, que antes longe longe estava.
mas agora beira a "beradinha". encosta o ventre no parapeito
quando o ar insiste em adentrar sua côncava superfície abdominal.
em seguinda já o perde, e assim perde também o encontro assombroso com a beirada.
mas é tudo uma questão de insistência no caso dele.
não que ele insista. não, nada disso.
é o ar que insiste.
e é só por isso que vence. por insistência.
veja bem: o ar insiste em adentrá-lo. vence. e adentra.
o ar insiste então em abandoná-lo. vence. e abandona.
e desse jeito, estupidamente "mariposa" na luz, ele sobrevive. beirando a "beradinha".
mas agora beira a "beradinha". encosta o ventre no parapeito
quando o ar insiste em adentrar sua côncava superfície abdominal.
em seguinda já o perde, e assim perde também o encontro assombroso com a beirada.
mas é tudo uma questão de insistência no caso dele.
não que ele insista. não, nada disso.
é o ar que insiste.
e é só por isso que vence. por insistência.
veja bem: o ar insiste em adentrá-lo. vence. e adentra.
o ar insiste então em abandoná-lo. vence. e abandona.
e desse jeito, estupidamente "mariposa" na luz, ele sobrevive. beirando a "beradinha".
segunda-feira, agosto 07, 2006
ar.
e ele caminha. tem muito ar entre nós. não é vazio, é ar.
e ele caminha.
a janela fica longe, longe longe.
e o ar é pesado. mas e daí? vale quanto pesa, reza, leva.
já rezei. reza pra aplacar. mas tem coisa que faz o mesmo. um vaziozinho caí bem. ou melhor faz-me cair bem. e como é bom quando o tombo é bem caído. cair de jeito é um jeito tão desajeitado de cair.
um vaziozinho, por favor! um vazio para um tropeço que tenta chegar. se o vazio vem o tropeço acontece e se ele acontece vem o tombo e o tombo é realmente um cair de jeito. Nada de cair desajeitado, isso é coisa pra papel! papel que quer voar, quer voar e até que voa. até que voa bem... vai caindo, desajeitado, até tocar, de leve, a superfície passiva do chão... isso não é tombo! se bem que não tem como cair de jeito nesse lugar onde estamos.
ele já disse que existe muito ar entre nós. ar deixa o tombo desajeitado, não tem jeito mesmo... ar é uma merda mesmo. meia boca como quase tudo. faz uma pergunta, ele responde: "sei lá..." "vamos ver"... "deixa acontecer"... isso é coisa de papel. papel que cai desajeitadamente na superfície passiva e morta que é a superfície terrestre. Ar não faz voar nem pesa sobre minha cabeça e me imobiliza. ar é coisa muito meia boca.
e se tem ar entre nós não é a toa. sabemos bem. ar é isso. nos mantem sobrevivos. não vivos. manter não é coisa de vida. manutenção é coisa de ar mesmo.
respira então.
e ele caminha.
a janela fica longe, longe longe.
e o ar é pesado. mas e daí? vale quanto pesa, reza, leva.
já rezei. reza pra aplacar. mas tem coisa que faz o mesmo. um vaziozinho caí bem. ou melhor faz-me cair bem. e como é bom quando o tombo é bem caído. cair de jeito é um jeito tão desajeitado de cair.
um vaziozinho, por favor! um vazio para um tropeço que tenta chegar. se o vazio vem o tropeço acontece e se ele acontece vem o tombo e o tombo é realmente um cair de jeito. Nada de cair desajeitado, isso é coisa pra papel! papel que quer voar, quer voar e até que voa. até que voa bem... vai caindo, desajeitado, até tocar, de leve, a superfície passiva do chão... isso não é tombo! se bem que não tem como cair de jeito nesse lugar onde estamos.
ele já disse que existe muito ar entre nós. ar deixa o tombo desajeitado, não tem jeito mesmo... ar é uma merda mesmo. meia boca como quase tudo. faz uma pergunta, ele responde: "sei lá..." "vamos ver"... "deixa acontecer"... isso é coisa de papel. papel que cai desajeitadamente na superfície passiva e morta que é a superfície terrestre. Ar não faz voar nem pesa sobre minha cabeça e me imobiliza. ar é coisa muito meia boca.
e se tem ar entre nós não é a toa. sabemos bem. ar é isso. nos mantem sobrevivos. não vivos. manter não é coisa de vida. manutenção é coisa de ar mesmo.
respira então.
palavras clichês (para tempos de... desformatura!)
minha des-formação
ganhou mãos, braços e abraços.
fui contida e desfeita por todos os lados.
nadei no liso, caminhei no estriado.
amei vocês.
estou amando.
tempo em vinil,
sépia russa em lazer,
Lp´s minoritários com desenhos "klee-klein-Calder".
sou um Maior abandonado em tempos de afectos.
*obrigada Fábio, Cris, Chico, Marcele, (meus amigos "lisos") e Lu (meu menino-menor)
ganhou mãos, braços e abraços.
fui contida e desfeita por todos os lados.
nadei no liso, caminhei no estriado.
amei vocês.
estou amando.
tempo em vinil,
sépia russa em lazer,
Lp´s minoritários com desenhos "klee-klein-Calder".
sou um Maior abandonado em tempos de afectos.
*obrigada Fábio, Cris, Chico, Marcele, (meus amigos "lisos") e Lu (meu menino-menor)
quinta-feira, agosto 03, 2006
roubo necessário (para tempos de...)
Eu tô perdidoSem pai nem mãeBem na porta da tua casaEu tô pedindoA tua mãoE um pouquinho do braçoMigalhas dormidas do teu pãoRaspas e restos Me interessam Pequenas poções de ilusãoMentiras sinceras me interessam Eu tô pedindoA tua mãoMe leve para qualquer lado Só um pouquinhoDe proteçãoAo maior abandonadoTeu corpo com amor ou nãoRaspas e restos me interessamMe ame como a um irmãoMentiras sinceras me interessam Estou pedindoA tua mãoMe leve para qualquer lado Só um pouquinhoDe proteçãoAo maior abandonado...
domingo, julho 16, 2006
de fato, impessoal*
Futebol ao vivo.
um tanto impessoal.
jogadores são números
e todos nós e todos eles
filhos da puta.
*olha o que que um comum qualquer não faz com a gente... obrigada pela experiência...
um tanto impessoal.
jogadores são números
e todos nós e todos eles
filhos da puta.
*olha o que que um comum qualquer não faz com a gente... obrigada pela experiência...
terça-feira, julho 11, 2006
um lugar
primeiro vieram aquelas coisinhas
que para ela eram variações
e para ele, apropriações.
e teve o cavalo, a foto da ressaca, a própria madrugada.
para ela o inesperado, para ele, programado.
mas nem era tão programado assim.
porque fazia parte do programa a distração.
e num esquecimento desses dele
ela pôde se lembrar que viajar
distraído os fez esbarrar em coisinhas.
variadas e apropriadas.
na medida exata do desassossego.
que para ela eram variações
e para ele, apropriações.
e teve o cavalo, a foto da ressaca, a própria madrugada.
para ela o inesperado, para ele, programado.
mas nem era tão programado assim.
porque fazia parte do programa a distração.
e num esquecimento desses dele
ela pôde se lembrar que viajar
distraído os fez esbarrar em coisinhas.
variadas e apropriadas.
na medida exata do desassossego.
segunda-feira, julho 10, 2006
só (nem ao menos Deus por perto)
se chegar é parar de ir embora,
fugir é não parar de ir embora nunca.
em tempos de incerteza,
fico com a fuga.
fugir é não parar de ir embora nunca.
em tempos de incerteza,
fico com a fuga.
só (nem ao menos Deus por perto)
se chegar é parar de ir embora,
fugir é não parar de ir embora nunca.
em tempos de incerteza,
fico com a fuga.
fugir é não parar de ir embora nunca.
em tempos de incerteza,
fico com a fuga.
quarta-feira, julho 05, 2006
Ovelhas Negras de Mim *
Ela disse que a sala se enche de ar quando eu entro. Não é vazio, é ar. Ficamos sempre entre o ser e o não-ser (e quando o ser existe, tenho enxaqueca e quando o não-ser permanece não sinto os dias. Nem as noites). Ela lembrou de elfos, ninfas... Seres que são não-seres. E eu vinha pensando nos espirais da cidade antes de encontrar-me com ela. Onde eles estão? Para onde levam? Eis os usuários dos espirais da cidade.
Vejo um suicida que procura um espiral ao vento. E ele é como uma poesia que não foi publicada. Como aquela poesia que foi sendo guardada para outros tempos, ou então que não se encaixou em livro algum, em carta alguma, em lugar nenhum. Disse alguém então: “Por que publicar o que não presta? Porque o que presta também não presta. Além do mais, o que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto do modo carinhoso do inacabado, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão”.
Penso no suicida e a vida dele (que não deixa de sê-lo) como poesia não publicada. Dessa forma respondo à mulher que berra, sufocada com a decisão do suicida, decisão impossível para ela: “esse louco quer é aparecer!”...
Dessa forma, nesse pequeno vôo, sutilmente a vida-poesia torna-se publicável... Sua vida inacabada tem um gosto carinhoso – a sua existência é, simplesmente, uma tentativa, meio sem jeito, de voar – de ser ser, e de estar. Cairá “sem graça no chão”, como pena, papel amassado, balão furado... Mas será poesia-tentativa.
“Ovelhas Negras de mim querem encontrar os espirais da cidade. Onde estão?” Ouço os gritos de um homem. E assim vejo uma folha de caderno com rabiscos antigos voar desajeitadamente do 27o andar até cair, docemente, na superfície acimentada do submundo urbano.
Sopra o vento. Tem muito ar entre nós. Não é vazio. É ar. Só.
* o Caio faz isso com a gente.
Vejo um suicida que procura um espiral ao vento. E ele é como uma poesia que não foi publicada. Como aquela poesia que foi sendo guardada para outros tempos, ou então que não se encaixou em livro algum, em carta alguma, em lugar nenhum. Disse alguém então: “Por que publicar o que não presta? Porque o que presta também não presta. Além do mais, o que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto do modo carinhoso do inacabado, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão”.
Penso no suicida e a vida dele (que não deixa de sê-lo) como poesia não publicada. Dessa forma respondo à mulher que berra, sufocada com a decisão do suicida, decisão impossível para ela: “esse louco quer é aparecer!”...
Dessa forma, nesse pequeno vôo, sutilmente a vida-poesia torna-se publicável... Sua vida inacabada tem um gosto carinhoso – a sua existência é, simplesmente, uma tentativa, meio sem jeito, de voar – de ser ser, e de estar. Cairá “sem graça no chão”, como pena, papel amassado, balão furado... Mas será poesia-tentativa.
“Ovelhas Negras de mim querem encontrar os espirais da cidade. Onde estão?” Ouço os gritos de um homem. E assim vejo uma folha de caderno com rabiscos antigos voar desajeitadamente do 27o andar até cair, docemente, na superfície acimentada do submundo urbano.
Sopra o vento. Tem muito ar entre nós. Não é vazio. É ar. Só.
* o Caio faz isso com a gente.
sim e não
Se veste
e se investe
mas nada tece
nada tece...
se veste
e se reveste
mas não foge
da peste...
se veste
e se despe
se veste
e se despe...
e se investe
mas nada tece
nada tece...
se veste
e se reveste
mas não foge
da peste...
se veste
e se despe
se veste
e se despe...
quinta-feira, junho 29, 2006
responde
Seria melhor então
uma intensa tentativa
que alcançasse
o céu
mas que explodisse
em sua tenuidade
uma intensa tentativa
que alcançasse
o céu
mas que explodisse
em sua tenuidade
terça-feira, junho 27, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
sexta-feira, junho 23, 2006
para sacolinhas
Como diria uma menininha:
Se lá fora é "lá In Fora" e se
lá dentro é "lá In Dentro",
dentro é dentro
e fora é dentro.
portanto,
ENTRO.
Se lá fora é "lá In Fora" e se
lá dentro é "lá In Dentro",
dentro é dentro
e fora é dentro.
portanto,
ENTRO.
segunda-feira, junho 19, 2006
para um desejo desajeitado
tomara então
que meu desejo insista
e que não desista de
pequenísses...
porque senão
andando na pista
com as mãos tapando a vista
talvez eu não enxergue
pequenísses...
que meu desejo insista
e que não desista de
pequenísses...
porque senão
andando na pista
com as mãos tapando a vista
talvez eu não enxergue
pequenísses...
quinta-feira, junho 08, 2006
Agora
Agora, nada.
por agora.
caminhar por aí.
nada, agora.
desenvergonhar.
desespreguiçar.
desesperar.
não esperar.
agora. nada.
por agora.
caminhar por aí.
nada, agora.
desenvergonhar.
desespreguiçar.
desesperar.
não esperar.
agora. nada.
terça-feira, maio 30, 2006
agora e quando eu for velha
Quando eu for velha vou querer um aparelho pra não ouvir
e um cérebro-corpo de não pensar.
Agora, eu quero ficar velha logo.
e um cérebro-corpo de não pensar.
Agora, eu quero ficar velha logo.
domingo, maio 28, 2006
Polvo de estrellas*
Vale
Una vida lo que un sol
Una vida lo que un sol
Vale
Se aprende en la cuna,
se aprende en la cama,
se aprende en la puerta de un hospital.
Se aprende de golpe,
se aprende de a poco y a veces se aprende recién al final
Toda la gloria es nada
Toda vida es sagrada
Una estrellita de nada
en la periferia
de una galaxia menor.
Una, entre tantos millones
y un grano de polvo girando a su alrededor
No dejaremos huella,
sólo polvo de estrellas.
Vale
Una vida lo que un sol
Una vida lo que un sol
Vale
Se aprende en la escuela,
se olvida en la guerra,
un hijo te vuelve a enseñar.
Está en el espejo,
está en las trincheras, parece que nadie parece notar
Toda victoria es nada
Toda vida es sagrada
Un enjambre de moléculas
puestas de acuerdo
de forma provisional.
Un animal prodigioso
con la delirante obsesión de querer perdurar
No dejaremos huella,
sólo polvo de estrellas.
*musiquinha de aniversário... inspirada pelo meninos "quintalogados" que acharam uma função cósmica para minha existência... amei...
(músicas, já que ganhei um presente sonoro repleto de chorados tangos)
Una vida lo que un sol
Una vida lo que un sol
Vale
Se aprende en la cuna,
se aprende en la cama,
se aprende en la puerta de un hospital.
Se aprende de golpe,
se aprende de a poco y a veces se aprende recién al final
Toda la gloria es nada
Toda vida es sagrada
Una estrellita de nada
en la periferia
de una galaxia menor.
Una, entre tantos millones
y un grano de polvo girando a su alrededor
No dejaremos huella,
sólo polvo de estrellas.
Vale
Una vida lo que un sol
Una vida lo que un sol
Vale
Se aprende en la escuela,
se olvida en la guerra,
un hijo te vuelve a enseñar.
Está en el espejo,
está en las trincheras, parece que nadie parece notar
Toda victoria es nada
Toda vida es sagrada
Un enjambre de moléculas
puestas de acuerdo
de forma provisional.
Un animal prodigioso
con la delirante obsesión de querer perdurar
No dejaremos huella,
sólo polvo de estrellas.
*musiquinha de aniversário... inspirada pelo meninos "quintalogados" que acharam uma função cósmica para minha existência... amei...
(músicas, já que ganhei um presente sonoro repleto de chorados tangos)
sábado, maio 27, 2006
FUSIÓN
"¿Dónde termina tu cuerpo y empieza el mío?
A veces me cuesta decir.
Si desde el corazón a los dedosno hay nada en mi cuerpo que no hagas vibrar.
Donde termina tu cuerpo y empieza el cielo no cabe ni un rayo de luz.
Yo sólo quiero que sepas:no estoy aquí de visita,y es para ti que está escrita esta canción"

domingo, maio 21, 2006
terça-feira, maio 16, 2006
im (pressões)
máquina de escrever.
muito mais moderna,
você escreve, e ela, automaticamente,
já imprime o conteúdo.
muito mais moderna,
você escreve, e ela, automaticamente,
já imprime o conteúdo.
domingo, maio 14, 2006
quinta-feira, maio 11, 2006
Intercaladas interdições
E por aqui, hora bom, hora ruim; hora boa, hora ruim.
E pro menino: hora boa e ruim! Pode ser?
E ela então entendeu que nem sempre era bom que cada uma carregasse apenas aquilo que lhe pertencesse. Porque talvez ela não fizesse parte da bagagem de alguns.
hora bom E hora ruim.
E pro menino: hora boa e ruim! Pode ser?
E ela então entendeu que nem sempre era bom que cada uma carregasse apenas aquilo que lhe pertencesse. Porque talvez ela não fizesse parte da bagagem de alguns.
hora bom E hora ruim.
domingo, maio 07, 2006
Ela disse (em dia de jogo)
"Cada um fica com o que lhe pertence"
digo eu: "eu? eu danço comigo mesmo".
(prefiro não pertencer)
digo eu: "eu? eu danço comigo mesmo".
(prefiro não pertencer)
quinta-feira, maio 04, 2006
segunda-feira, maio 01, 2006
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